quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

É sempre amor


Ela nunca entendia o porquê das pessoas ainda a tratarem com carinho depois de tudo o que ela deixou de fazer, não entendia os abraços ou sorrisos que vinham sempre, mesmo que sua resposta, na maioria das vezes, deixasse os olhos dos que tentavam cheios de lágrimas, não era assim que ela queria ser, ela nunca teve a chance, mesmo que breve, de escolher. Talvez, apenas talvez, ela só espalhasse solidão, por esse ser o único sentimento que ela conhecia bem.

Mas um dia algo aconteceu algo começou a bater de forma diferente, seus átrios e ventrículos pareciam não ter mais nenhum controle da situação e seu músculo estriado cardíaco que estava lá apenas para que ela continuasse, em teoria, a ser humana; e foi ai que seu coração bateu, bateu por alguém, essa era a situação mais estranha que seu corpo vivera desde sempre.

Seus neurotransmissores não conheciam a mensagem que enviavam para o resto do corpo, parecia um erro de sinapse, parecia que a adrenalina tinha se misturado com endorfinas apaixonadas no caminho, mas ao que tudo indicava, ela estava definitivamente apaixonada.

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