domingo, 7 de dezembro de 2008

“Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você”

Acabei de desligar o telefone, e acabei de te dizer que dessa vez eu não faria um texto pra você, e realmente não farei.

Farei um texto sobre uma parte de mim, que eu fui redescobrir no ano de 2007, uma parte que ha algum tempo havia se mudado do meu corpo por tempo indeterminado e veio a voltar quando eu te vi pela primeira vez.

Eu que sempre tinha planos de como afastar todo e qualquer ser humano que ousasse fazer alguma amizade comigo, me vi frustrada na primeira tentativa, mas com o tempo eu aprendi a ter plano A, B e C. O plano A que era ser o mais sarcástica possível resultou em risos seus (por essa eu não esperava) mas o plano B era pior,claro poucos haviam resistido ao plano A, mas, ao B ninguém escapava, decidi te tratar como se você fosse a parede da sala, e isso a fez querer ser minha dupla nos trabalhos (mais uma vez falhando,droga).Eu não tive outra opção a não ser o plano C, que jamais tinha sido executado com sucesso e isso me dava um pouco de medo ate.Passei um domingo inteiro planejando, cheguei na escola e te fiz uma carta (isso poderia ser o fim, de bem uma inimizade que me renderia fofocas por todo o ano,mas eu continuei) eu te fiz uma carta com todas as minhas canetas bonitas dizendo que afinal eu achava você bem legal. (hilário “eu” achando alguém legal, joinha)

Eu quase enfartei quando eu te vi no teatro (como assim minha filha, mineira e ainda faz teatro, brinca comigo não sô) e quando eu te vi no palco era como se, você fosse uma das que menos precisava de direções, incrível.

E ao que tudo parecia nos éramos as metades de um limão, daqueles bem azedos que não gostam de ficar presos por míseros galinhos e tentam o suicídio caindo do pé. E finalmente eu tinha alguém pra chamar de amiga, alguém que eu realmente queria por perto, e ai aos poucos eu fui sentindo algo perto dos meus pulmões bater a um compasso diferente quando você não ia pra aula, ou chegava atrasada, estranho eu estava me preocupando com você.

O cúmulo do absurdo foi antes do dia 23/08/2007 eu, bem eu queria fazer uma festa surpresa pra você, a primeira pessoa para qual eu pensei em fazer alguma coisa do nível, e fiz com bolo, brigadeiro, fotos e pipoca.

No final daquele ano eu soube que você ia mudar de escola, e por mais que eu desejasse que você fosse feliz era impossível nos primeiros dias (e até hoje) não olhar pro lado te procurando, não pegar o meu casaco preferido e levar pra escola pra ver se você não ia querer e quando na chamada o numero 23 é dito sempre vem àquela vontade súbita de gritar “-Mariantta responde”. Eu te chamava de anta, te enchia o saco de vez em quando passava quase o dia inteiro sem olhar pra tua cara, mas eu sei e você também sabe que eu te amo muito.

E pra onde você for: Cuiabá, Belo Horizonte, Marte... Eu estarei aqui cínica e verdadeira como sempre, te dizendo todas as verdades que você não ouviria de mais ninguém e te dando conselhos no mínimo suicidas.

“Todo sopro que apaga uma chama
Reacende o que for pra ficar”

sábado, 6 de dezembro de 2008

-Você me promete que tudo vai dar certo?
-Não, eu não acredito que possa.
-Mas,mas e se eu nunca mais ver o mundo assim, como quando eu estou com você?
-Você supera.
-Ah é assim então?! Superando como...como se eu nunca mais fosse te ver.
-Novamente, você bem, você é forte e vai superar qualquer coisa.
-Uma coisa não.
-O que?
-Nada deixa.
-Fala.
-Tome este papel e leia-o assim que chegar em casa.
Chegando em casa a carta é lida de forma bruta e nada elegante as palavras são como gritos ao vento.
"Você deve ter me prometido que tudo ia dar certo, e é claro que eu acreditei, porque eu realmente estou gostando da tua amizade...Bem eu gosto de você, o meus dias tem sido tão ruins...como um vazio que nunca vai embora,mas com você eu sei que tudo vai dar certo.
Eu nem sei se consigo,mas é melhor escrever isto antes que seja tarde e eu já esteja no meu avião indo pra Irlanda.
Tudo vai ficar bem,porque...Eu te amo."
Do lado do garoto,que agora jorrava litros de lágrimas estava o livro preferido daquela que um dia o amou, dizendo "Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas".